quarta-feira, outubro 10, 2007

Um olhar de Outono


Olhando pela janela com mais atenção, e apesar do calor ainda persistir, vê-se que o Outono começou a chegar, as arvores que vejo já perderam muitas das suas folhas, no chão um tapete de varias cores e formas, que ao jeito do vento vai sendo tecido pelas folhas caídas. No banco alguém, que na sua longa idade passa por mais um Outono. Ali está sentada vestida de preto, sinal de luto, pensando não se sabe bem em quê. Não é uma entre muitos idosos abandonados pela família, esta tem filhos que tratam bem dela, preocupam-se e dão-lhe amor. Ali está a gozar a sua velhice, por vezes tira o seu terço do bolso e reza, outras vezes olha para as arvores, não sei o que vê... mas talvez veja nelas um retrato do que é a sua família, um tronco forte constituído por ela e o seu marido durante muitos anos, e os ramos todos, os seus filhos e netos.
Não se sabe... mas um sorriso no rosto aparece sempre quando um dos seus filhos ou netos se mete com ela ou então surge um dito antigo que já ninguém se lembra mas que ela tem sempre na ponta da língua.
E assim vai passando o Outono da sua vida, de filho em filho, gozando daquilo que um dia construiu com muito esforço: uma família unida, que concerteza será o maior bem que ela pode deixar a todos nós. Esperemos nós um dia poder gozar também assim da nossa família!
E assim vejo o Outono da minha janela, com cores outonais mas que me mostra um sorriso primaveril e o exemplo de vida daquela mulher como um caminho a seguir.

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