segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Parar?...Não, viver!!


A minha vida anda muito semelhante a este relógio, é verdade, com as horas e os minutos devidamente distribuídos e organizados por aquilo que é mais prioritário mas... sempre a girar!!
No entanto, há uns dias recebi um daqueles "alimentos de espírito" muito bonito. O livro "Rir com o Coração" é sem dúvida muito interessante e ajuda-nos a enfrentar a avalanche que por vezes é a vida de uma forma muito mais suave... Eu aconselho! Obrigada mãe, valeu!!
Mas como a minha vida e a do escuteirinho não é só trabalhar, felizmente algum do nosso tempo também é passado junto dos amigos, outro grande reforço positivo para nós... este fim de semana vamos estar "a leste do mundo", mesmo à margem de tudo, vamos recarregar baterias!!
Até breve
Ps: Com outras prioridades, o nosso blog tem andado um pouco esquecido mas... não desistimos, continuamos a ser "Fidalgos"!!

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Afinal já é Carnaval … onde está a animação ?

Bem, com a mudança de terra vamo-nos acostumando naturalmente às suas tradições e costumes, mas… há uma coisa que para mim ainda é difícil de me habituar, impressiona-me o facto de nesta altura ainda não se viver o espírito do Carnaval por estes lados! Em Estarreja já é Carnaval pelo menos desde Janeiro!
É a loucura por aquelas bandas… começam as noitadas de preparação dos carros alegóricos, os temas escolhidos, os ensaios das escolas de samba, as festas dos grupos nas sedes e os bares têm festas todos os fins de semana até à terça feira, oficial dia de Carnaval, pelo menos, para o” enterro do Carnaval”.
Quem pode tira umas férias nesta altura, quem não o pode fazer vai trabalhar com uma ou duas horas de sono… é assim o Carnaval por Estarreja, Ovar e em Canelas na minha terra em particular, todas os anos sai à rua um mini Carnaval, o povo reúne-se mais ou menos em grupos pré organizados, faz os seus próprios fatos, decora os carros alegóricos e faz um pequeno desfile que acaba no Campo da Cruz em grande convívio entre todos.
Em tempos, eu participei num grupo, o qual já há uns anos que não sai para pena minha… O grupo era o do andebol do ADC, no qual joguei… bons anos esses que “entravamos para matar”, desfilávamos com uma directa, quase sempre vínhamos de Estarreja directos para acabar o carro alegórico ou mesmo para o começar ainda a construir! Já vínhamos com a “pedalada” toda, era muito bom! Tenho saudades desse grupo…
Mas é Carnaval na mesma!! Tenho sempre o bichinho cá dentro, gosto de brincar, de me fantasiar e de ouvir um bom pagode, um bom samba enredo, embora sejam imitações do Carnaval brasileiro, mas é sempre bom.
A Balu tem por vezes alguma dificuldade em entender esta paixão mas eu não lhe consigo explicar… devagarinho lá a vou contagiando um bocadinho porque Carnaval para ela, e para muita gente por aqui, é só terça feira dia 20, mas não é!!!
Depois da passagem de ano… venha o Carnaval, pois passamos o ano à espera dele!


Carnaval 2006

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Vota NÃO... já somos dois!

Um poema lindo mas... triste. E porque, há ainda quem não queira deixar o futuro fazer-se ouvir!!

(Para a leitura do poema ser mais perceptível, basta clicar na foto.)

Não sabem ou não querem saber??

Em época de campanha relativa ao referendo sobre o aborto, não é meu propósito fazê-la desta forma, apenas informar ou consciencializar quem ainda possa (ou queira) estar um tanto ou quanto equivocado no que diz respeito ao início da vida humana.

Algumas pesquisas e análises cientificas (diga-se: cientifico = verdadeiramente comprovado) que tive oportunidade de efectuar levaram-me ao encontro do seguinte:



Desenvolvimento Fetal

Aos apoiantes do SIM à despenalização do aborto até às 10 semanas, que é o mesmo que dizer, àqueles que são a favor do aborto, por favor, só um pouco da vossa atenção.


Dia 1

O espermatozóide fecundou o óvulo: surgiu uma nova vida humana

Os quarenta e seis cromossomas do zigoto conferem-lhe uma identidade genética única e irrepetível.
Nesta célula única, o zigoto, estão já determinadas características como o sexo, a cor dos olhos e do cabelo, a estatura, até o potencial de inteligência e em certa medida a base da personalidade...

Leram bem… no dia 1 já podemos dizer que surgiu uma nova VIDA!!


Semana 3 – O coração começou a bater.

O embrião tem 3mm. O seu sistema nervoso e os seus órgãos principais começam a tomar forma. O coração já bate e nos seus vasos circula sangue diferente do da mãe.


Coração a bater = sinal vital, logo VIDA


Semana 4 - Já é 10 mil vezes maior do que no seu início...

Formam-se os brotos dos membros superiores e inferiores; surge a abertura da boca; começam a formar-se o olho e o ouvido interno, os aparelhos digestivo e respiratório e os nervos motores.

Dúvidas??

Semana 5 – O bebé já se movimenta

São visíveis traços faciais, incluindo a boca e a língua. Os olhos têm já retina e cristalino. O principal sistema muscular desenvolve-se.
Mãos e pés tornam-se aparentes.


Semana 6 – Podem detectar-se ondas cerebrais num EEG

Tem 12 a 15 mm.
Aparecem as pálpebras, distinguem-se as saliências auriculares, o lábio superior, a ponta do nariz...
O esqueleto de cartilagens está totalmente formado. A criança nada e move-se graciosamente. Os braços e as pernas aumentaram de comprimento e começam a desenhar-se os dedos.

Meus amigos, isto é o desenvolvimento de um ser humano, ou seja de uma VIDA… ainda mal a mãe percebeu que está grávida e o seu bebé já é tão “rico”!!


Semana 7 -Tem receptores da dor.

Mexe-se e reage quando lhe tocam na boca.
Tem cerca de 1,8 cm e pesa menos de 1 g. Tem tiróide, glândulas salivares, brônquios, pâncreas, canais biliares, ânus. Começam a formar-se os dentes de “leite”, os testículos e ovários. O esqueleto começa a calcificar-se. A parte do cérebro que controla as funções vitais desenvolve-se.

Disseram-me há dias que o bebé enquanto não nasce não tem personalidade nem sabe o que é sofrer… então o que são os receptores da dor??

Semana 8 -Os primórdios dos principais órgãos estão já formados.

Acabou o período embrionário.
Tem músculos nos membros, no tronco e na face, tem orelhas, dedos nas mãos e nos pés.
Responde a estímulos: abre a boca; se lhe puserem uma coisa na mão já a agarra (possui o reflexo da preensão); flecte os dedos dos pés; tem movimentos espontâneos.
As principais estruturas do sistema nervoso central estão formadas e os neurónios começam a migrar para o córtex cerebral.

Semana 9 -Já consegue chuchar no dedo...

Tem 5 cm e pesa menos de 8 g.
Engole, mexe a língua, chucha no dedo.


Chucha no dedo… como já sabe que é bom!!

10ª semana

-Já tem as mesmas impressões digitais que terá durante toda a sua vida.

Tem 6 cm e pesa cerca de 14 g.
Começam a formar-se as unhas das mãos e os dentes definitivos.
Produz insulina e bílis. O bebé tem pestanas, abre e fecha os olhos, as cordas vocais formam-se na laringe e o bebé pode fazer sons.
Os ossos crescem mas a coluna e as costelas são ainda moles. O registo da actividade cerebral (EEG) torna-se mais consistente.



Repito:
“Já tem as mesmas impressões digitais que terá durante toda a sua vida.”


Meus amigos, não podem haver dúvidas perante tais factos. Não podemos continuar a falar de liberalização ou despenalização do aborto, nem sequer diferenciar todo este processo pelo número de semanas.
Na base de toda esta discussão está a VIDA HUMANA.
É crime matar um ser humano, seja qual for a circunstância, ou seja qual for a idade não é?
Então também não pode ser permitido matar um ser que já é humano, pois tem formadas todas as componentes necessárias para tal, só ainda não viu a luz do mundo!!


Não sejamos hipócritas, até connosco próprios, deixemo-nos de politiquices e de modernices comparativamente com alguns dos restantes países da União Europeia e pensemos seriamente no que somos e no queremos do nosso futuro, pois somos:

“Uma geração que constrói a estrada por onde a seguinte trafega.“
(Eleanor Roosevelt)

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Contemplação

Há uns dias entregaram-me um papel para mão e disseram: “Toma, lê isto.” Peguei-lhe naturalmente mas… rapidamente verifiquei que não se tratava de um papel qualquer.
Continha um texto especial, do meu ponto de vista, uma verdadeira homenagem àquele para quem a “Sabedoria da velhice é esta: Saber trocar as vitórias imediatas pelas conquistas duradouras” (Paulo Coelho), fazendo da vida uma fonte de sabedoria, “um saber de experiência feito”, como diz o nosso poeta!
Uma homenagem àquele que pelo exemplo de vida que deu se tornou o grande pilar da minha família… e ele sim, soube fazer família! Uma família unida e valorizada…o seu grande objectivo de vida!

Pelo brilho dos seus belos olhos azuis e pelo sorriso lindo que me deixou, tenho a certeza que, conscientemente feliz, ele sentiu o seu objectivo devidamente concretizado!



Era um senhor septuagenário. Àquela altura da vida, passava o dia sentado em um banco improvisado, em frente à sua casa, vasculhando com seus imensos olhos azuis tudo aquilo que por ele ousasse passar. Às vezes eram pessoas; às vezes, borboletas.
Chamava-se Luís. Usava óculos grossos, desses com lentes que deixam os olhos ainda maiores e, no caso dele, ainda mais deslumbrantes. Tinha bochechas vermelhas, não por causa do calor. Parecia que tinha nascido assim.
Fora marceneiro, um desses bem habilidosos, coisa que os calos das mãos denunciavam. Muitos calos, poucas palavras. Falava pelo olhar. Quando o ânimo deixava, no entanto, ele ousava acenar timidamente.
Quando paravam, pessoas ou borboletas, ele cumprimentava com bom-dia ou boa-tarde, oferecendo um sorriso que diminuía o tamanho das bochechas.
Um dia apareceu alguém que de lá não era. Trouxe empolgação, novidade, o passado inteiro repaginado em forma de nova geração. Mas tudo o que os olhos azuis fizeram foi oferecer vinho e goiabada com queijo, perguntar como estava a vida — numa confissão óbvia de não saber lidar com o inesperado — e olhar, olhar e olhar, escaneando a visita para, quem sabe, conseguir desvendar a genética.
E sempre que a visita passava em frente à casa do senhor Luís, ele tirava o chapéu e inclinava levemente a cabeça. Tinha dias em que fazia tchau, batendo a bengala com a outra mão... Dizia que a cabeça era boa, mas as pernas, ruins. E a visita sempre achava que ele se despedia melhor do que cumprimentava.
Pode parecer poético alguém passar o dia assim, olhando tudo numa quietude providencial. Há até quem pense que era uma vida triste ou ociosa pela preguiça dos anos. Dizem que algo nele sabia o que o futuro lhe reservava e que justamente por isso ele ficava ali, paciente, só esperando...
A visita foi embora de vez. Dois meses depois, ele também.”


Este homem era o meu avô Luís que Deus tem e que tão carinhosamente me chamava de Sarita…
A autora do texto é a Kandy, “a visita”, uma sobrinha do meu avô, minha prima também, que vive no Brasil e que visitou Portugal em 2005, em especial a nossa terra, também do seu pai e pela primeira vez conheceu pessoalmente grande parte da sua família portuguesa, incluído eu.

Gentilmente cedeu-me este texto, o qual agradeço, e através do qual também eu homenageio assim de forma simples este… também simples, mas tão grande homem que foi para mim o meu avô, que me ajudou a ser mais pessoa, que simplesmente não passou pela vida mas nela SOUBE ESTAR… e de quem eu tenho tantas saudades!