quarta-feira, novembro 01, 2006

Dia de todos os santos

Que todos os santinhos me ajudem, pois há coisas que por causa deles me deixam mesmo muito indignado.
Neste dia, a correria das pessoas de cemitério em cemitério, a hipocrisia de quer fazer com a morte o que em alguns casos nunca fizeram em vida, tira-me do sério.
Cada vez mais penso que neste dia deveria ficar em casa pois o desrespeito que vejo leva as pessoas a comportarem-se de modo verdadeiramente ridículo… ao ponto de se sentarem nas campas vizinhas, a competirem dentro da mesma família para ver quem coloca o arranjo mais bonito ou durante a missa, o “abraço da paz” ser dado só a alguns familiares pois com os outros as zangas persistem… é de bradar a todos os santinhos.
Não falando dos jazigos e seus luxos espampanantes que quase em alguns cemitérios não dão espaço nem para os familiares se chegarem ao pé.
Nestes dias vêem-se pessoas que talvez só por tradição venham a missa e participem nas cerimónias de todos os santos, mas será que todos os dias não são bons para nos lembramos daqueles que já partiram?
Ou há dias especiais, tal como hoje, para nos recordarmos deles?

3 comentários:

Anónimo disse...

olaaa
gostei bastante do que vi..
mts parabens pelo blog sempre que proporcionar venho comentar****
beijinhos grandes para voçes**

CR disse...

Subscrevo em absoluto essa triste constatação: os mais maltratados, desprezados e ignorados em vida são, regra geral, os mais "bem tratados" depois da morte... para que o povo veja!
São faustosas campas, transformadas em jardins floridos e um sem número de velas a arder, tudo para dar nas vistas.
Melhor seria um minuto de respeito, de carinho, de amor, ou de atenção durante a vida... ou não?

Um abraço

AC disse...

Os que partiram e nos ficaram no coração, estão sempre connosco. As sociedades foram estipulando um dia de especial celebração, para quase tudo e não me parece ignóbil que se dedique um dia especial aos que já partiram.

O consumismo da sociedade actual é que acaba por banalizar o que deveria ser um dia de respeito e memória, transformando-o em mais um dia de negócio. Os tempos modernos misturam sentimentos nobres com farsas comerciais e a nossa permissividade cultural importa modelos que transforma um data de recolhimento numa garotada de bruxas.

Enfim, não soubemos fazer melhor.

Cpts.